Santa Vitória

Santa Vitória

segunda-feira, 29 de março de 2010

A CONVIVÊNCIA FAMILIAR

A vida nos mostra várias facetas. Entretanto, o que chama a
minha reflexão é a convivência entre as pessoas. Você convive com
pessoas? Acredito que sim, vivemos, relacionamos, trocamos palavras
etc. Mas, um fator que chama para pontos convergentes. Onde queremos
chegar.
Os antigos lemas diziam: “É preciso comer um quilo de sal
para conhecer uma pessoa”. São sentenças proferidas no intuito de que
é preciso conhecer. Conhecer se torna prematuro dizer num nível de
convívio muito leve ou virtual.

A convivência acontece pelos dias, meses, anos a fio. Eles
são marcados pelas capacidades estruturantes que cada pessoa possui.
Quando se fala de capacidade, vamos dizer capacidade suportar, de
perdoar, de esquecer leves ofensas, de entender em que estado o
companheiro pronunciou ou reagiu frente às situações simples ou
complexas.

A capacidade de suportar é limitada. Nem todos estão
preparados suportar cargas pesadas de tensão. E isso se desenvolve à
medida que a pessoa se prepara para suportar tais situações. A estória
de que o feijão só torna bom, após muita pressão na panela. Isso é uma
teoria que não aplica a todos os indivíduos. Os suportes de pressões
variam de crianças a adultos. Por isso que a pressão social, ela é
vencida, quando você torna o opressor mais fraco, pela capacidade de
junção com outros em equivalência de vivência.

O perdão é uma das artes mais difíceis para o ser humano.
Seria para nós, dificílimo superar as atitudes ou fatos que outros nos
causaram. No entanto, é a forma mais simples de vencer todo o mal
advindo, ou melhor, a troca, a devolução de um ato maldoso por um
bondoso que contrapõem em qualidade.
Jesus soube além da teoria, por em prática, quando esteve pregado na
Cruz, ele disse: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Um
estado de superação humana para um divino.

A capacidade de esquecer “leves ofensas” numa convivência
familiar ocorre normalmente às ofensas proferidas. Cabe, entretanto,
ignorá-las porque elas vêm em momentos de desconfortos emocionais,
biológicos, em se tratando de queridos que estão famintos, a exemplo:
sede, desejos da libido, paixões atordoadas pela visão ou audição.
Enfim, há fatores que motivam o outro a agir ou reagir impetuosamente.

A convivência leva-nos a entender o humano. Entender que
todos têm necessidade de afeto, carinho, fisiológico, básicos,
satisfação são coisas pertinentes ao cidadão como um todo. E aquelas
necessidades não sendo atendidas projetam na pessoa ações que jogam ao
mundo ao seu redor. Você esteve diante de um faminto que o perturba
insistentemente dizendo: “ Estou com fome”. E a insistência vá
perturbando e isso o motivo a solucionar o estado famigerado do
descontrolado alimentar.

Portanto, diletos, a vida requer de nós a sabedoria. Não
aquela instituída nos cursos e nos bancos escolares. A promoção da paz
familiar requer, além de letramentos, uma convivência de paz, de
entendimento que excede a todo conhecimento, enfim, a viver juntos
por mais longo tempo

domingo, 28 de março de 2010

0 DOMINGO DE RAMOS DÁ INÍCIO A SEMANA SANTA EM CARNAÚBA DOS DANTAS


Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o aclamava “Rei dos Judeus”, “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”... E assim, Jesus entrou triunfante em Jerusalém despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de perder o poder.
A reprodução histórica do Domingo de Ramos também acontece em Carnaúba dos Dantas cujo evento precede a Encenação da Paixão de Cristo, que há 36 anos é representada na Praça dos Romeiros, no Monte do Galo. A organização daquele espetáculo de teatro ao ar livre espera contar com aproximadamente 15 mil pessoas na próxima sexta-feira Santa (2).
A Semana Santa é um período muito especial no calendário litúrgico. É um período no qual cada um de nós, como filhos e filhas de Deus, somos convocados a nos aproximarmos de corações abertos, e com a mente aberta para que a graça de Deus aconteça intensamente em nós.

"A prefeitura municipal de Carnaúba dos Dantas - RN e a igreja católica do mesmo município estão unidas na organização do espetáculo, assim como na parte de infra estrutura e segurança"

quinta-feira, 25 de março de 2010

TERÇO DE SÃO JOSÉ

Boníssimo São José, Padroeiro da Igreja Universal, dos operários, das famílias e da boa morte.

OFERECIMENTO:

A vós, glorioso São José, ofereço este terço em louvor e glória de Jesus, Maria e José, para que seja minha luz, minha guarda, minha guia, proteção, defesa, amparo, fortaleza, alegria em todos os meus trabalhos, tribulações e agonia. Pelo nome de Jesus, pela glória de Maria, imploro o vosso poderoso patrocínio, para que me alcanseis a graça que desejo. Falai em meu favor, advogai em minha causa no céu. Na terra, alegrai a minha alma para honra e glória vossa. Assim seja!

MISTÉRIOS DO TERÇO:

1º Mistério:
Encontro de Maria e José e o noivado.

2º Mistério:
Informado pelo anjo, José sabe de agora em diante que Maria será mãe do Salvador.

3º Mistério: No presépio de Belém, José e Maria adoram o filho de Deus.

4º Mistério:
Para escapar do massacre dos inocentes ordenado pelo rei Herodes, José foge para o Egito com Jesus e Maria.

5º Mistério:
Após a morte do rei Herodes, José retorna a Nazaré com Jesus e Maria.

COMO REZAR NAS CONTAS DO PAI - NOSSO:

Meu glorioso São José, em todas as vossas aflições o anjo não vos valeu? Valeu-me São José!

COMO REZAR NAS CONTAS DA AVE - MARIA:

São José, valei-me!

Ao término do terço, dizer: Glorioso Patriarca São José, rogai por nós!

Esse terço deverá ser rezado todos os dias para que possamos, com a benção do bondoso São José, alcançarmos a graça de sermos realmente famílias iluminadas na Santíssima Trindade e na luz do Espírito Santo. Amém!

ENTREGO




E se me entrego,

acredito no desacreditado...

E tudo muda,

se transforma,

a distância não existe, na terra,

no mar ou no ar...

Então caminhe,

mergulhe

e voe comigo...

“Eis aqui a serva do Senhor!”

No dia 25 de março a Igreja celebra a festa da Anunciação do Senhor. É a festa do sim de Maria a Deus, pois foi através de sua decisão que Deus pôde realizar o seu projeto de Salvação. Aquela jovem menina de Nazaré, foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Salvador, do Verbo encarnado. Cumpre-se a profecia, o Emanoel, Deus Conosco vai nascer.

Maria se dispôs totalmente aos planos de Deus. Ela nos ensina uma preciosa lição: se permanecermos fiéis ao Senhor e nos entregarmos por inteiro a sua vontade seremos verdadeiros discípulos e missionário de Jesus Cristo. Maria foi uma autêntica missionária. Todo missionário anuncia a Salvação. Maria ao receber a notícia vai à casa de sua prima Isabel, que também estava grávida. Isabel ao receber Maria em sua casa percebe que o menino que estava no seu ventre vibrou de alegria com a saudação proferida por Maria. Ela levou a Salvação [Jesus] a Isabel.

Deus hoje também quer o nosso sim, quer o nosso consentimento para que ele possa fazer de nós instrumentos de sua paz e de seu amor. O Senhor nos chama e ele quer ouvir a nossa resposta, ele quer ouvir o nosso sim.

Precisamos também, assim como Maria, gerar Jesus dentro de nós, para que assim sejamos transformados. Há uma música que nos diz: “Que a graça de Deus cresça em nós sem cessar e de ti, nosso Pai, venha o Espírito Santo de amor pra gerar e formar Cristo em nós!”. Precisamos assumir isso! Nós necessitamos a todo momento ter Cristo em nós, para que Ele faça em nós o seu querer e a sua vontade.

Que Nossa Senhora da Anunciação interceda por nós e por nossas famílias.

Pax et bonum!

terça-feira, 23 de março de 2010

PARA REFLETIR

A LISTA



Faça uma lista de grandes amigos
Quem você não mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou, no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos, ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Composição/ Oswaldo Montenegro

terça-feira, 16 de março de 2010

CORAÇÃO DE MÃE


Por vezes perco a fortaleza.
Desarmo da destreza que me caracteriza.
Sigo de olhar apagado
esboço um sorriso forçado
e a minha passada é imprecisa...
Gosto de me achar heroína.
Convencer-me que vida
de tudo me vacina.
Ser arrojada, mulher/mãe, ser forte.
Apregoar-me calejada às maresias
e aos ventos que sopram do norte.
Mas perante a saudade
meu coração de mãe
perde a valentia.
E até a minha alma
outrora alegre,
fica sem vida, triste e sombria.
Perece, ao vaivém persistente
deste sentimento indesejado
e que sem regras se alastra,
percorrendo impiedosamente
um coração que se desgasta
mas permanece calado...

quinta-feira, 11 de março de 2010


SÃO JOSÉ
Santo e trabalhador


Esposo de Maria, pai adotivo de Jesus, justo, guardião da Igreja Católica, patrono dos trabalhadores, protetor da boa morte. Estes são alguns dos títulos pelos quais nosso querido São José é invocado.
Nós também, não somente no dia 19 de março, mas durante todo este mês, queremos homenagear São José e pedir sua intercessão sobre nossas famílias, ensinando-nos a conduzir nossos lares, com o mesmo amor e dedicação que ele conduziu a Sagrada Família.



"Ó, Deus, pai de toda misericórdia e Deus de toda carne, Senhor da minha alma, de meu corpo e do meu espírito! Se é que já se cumpriram todos os dias da vida que me deste neste mundo, rogo-te, Senhor Deus, que envies o arcanjo Micael para que fique do meu lado até que a minha desditada alma saia do corpo, sem dor nem turbação (pertubação) . Oxalá (queira Deus) que a tua misericórdia sirva-me agora de consolo, já que sois a fonte de todos os bens, e a ti se deve toda glória pela eternidade das eternidades! Amém".



Trecho de uma oração deixada pelo próprio São José num manuscrito encontrado e redigido no século IV d.C. "A história de José, o carpinteiro".

quarta-feira, 10 de março de 2010

IMAGENS E ÍDOLOS

Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos Santos e dos Anjos, não para adorá-las, mas para venerá-las. As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início do século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem, uma das mais antigas da arte cristã, sobre o mistério da Encarnação do Verbo. Mostra a imagem de um homem que aponta para uma estrela situada acima da Virgem Maria com o Menino nos braços. O Catecismo da Igreja traz uma cópia dessa imagem (Ed. de bolso, Ed. Loyola, pag.19).

Este exemplo mostra que desde os primeiros séculos os cristãos já tinham o salutar costume de representar os mistérios da fé por imagens, em forma de ícones ou estátuas. É o caso de se perguntar, então: Será que foram eles “idólatras” por cultuarem essas imagens? É claro que não? Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras.

No século VIII, sob influência do judaísmo e do islamismo, surgiu um movimento herético que se pôs a combater o uso das imagens. Eram os iconoclastas. O grande e principal defensor do uso das imagens na época, foi o santo e doutor da Igreja S. João Damasceno (de Damasco), falecido em 749, o qual foi muito perseguido por se manter fiel e defensor dessa santa Tradição cristã.

A fim de dirimir as dúvidas sobre a questão, o Papa Adriano I (772-795) convocou o II Concílio Ecumênico de Nicéia, que se realizou de 24/09 a 23/10/787. Assim se expressou o Concílio, resolvendo para sempre a questão:

“Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161).

Essas palavras, por serem de um Concílio da Igreja, são ensinamentos oficiais e infalíveis, e não podemos colocá-los em dúvida. O grande S. João Damasceno dizia: “A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus “ (nº 1162).

O nosso Catecismo explica que: “A imagem sacra, o ícone litúrgico, representa principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova “economia” das imagens”( 1159).

S. Tomás de Aquino (1225-1274) também defendia o uso das imagens, afirmando: “O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem“( 2131).

Muitos querem incriminar a Igreja Católica, afirmando que ela desrespeita a ordem que Deus deu a Moisés : “não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo…” (Dt 4,15-16).

Os cristãos, desde os primeiros séculos, entenderam, sob a luz do Espírito Santo, que Deus nunca proibiu fazer imagens, e sim “ídolos”, deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova de que Deus nunca proíbiu imagens, é que Ele próprio ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois Querubins e que também pintasse as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança.

“Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro… Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto e protegerão com elas a tampa … “ (Ex. 25,18s, Ex 37,7; 1 Rs. 6,23; 2 Cr. 3,10).

“Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fino retorcido, de púrpura violeta sobre as quais alguns querubins serão artísticamente bordados” (Ex. 26,1.31).

Que fique claro, de uma vez por todas, Deus nunca proibiu imagens, e sim, “fabricar imagens de deuses falsos” . O mesmo Deus mandou que, no deserto, Moisés fizesse uma imagem de uma serpente de bronze (Nm 21, 8-9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (Jo 3,14). Também o rei Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer querubins e outras imagens (I Rs 7,29). O culto que a Igreja Católica presta a Deus, e só a Deus, é um culto chamado “latria”, isto é, de adoração. Aos anjos e santos é um culto chamado “dulia”, de veneração. Maria, como Mãe de Deus recebe o culto de “hiper-dulia”, super-veneração digamos, mas que está muito longe da adoração devida só a Deus.

São Pedro, ao terminar a segunda Carta falava do perigo daqueles que interpretavam erroneamente as Escrituras: “Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pe 3,16).

Infelizmente isto continua a acontecer com aqueles que querem dar uma interpretação individual à Palavra de Deus, sem autorização oficial da Igreja, levando multidões ao erro. Só a Igreja é a autêntica intérprete da Bíblia (cf.Dei Verbum,10), pois foi ela que, inspirada pelo Espírito do Senhor (Jo 16,12), a compôs.

As imagens, sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. E assim há de continuar a ser.

É claro que o culto por excelência é prestado a Deus, mas isto não justifica que as imagens sejam retiradas das nossas igrejas. Ao contrário, elas nos lembram que aqueles que elas representam, chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus. Assim, as imagens, dão, antes de tudo, glória a Deus. Quando nos ajoelhamos diante de uma imagem de um santo, ou da Virgem Maria, não é para adorar a imagem ou o santo, mas para rezar a Deus, invocando a intercessão do santo.

terça-feira, 9 de março de 2010

ESTUDO BÍBLICO DE CASAIS (ECC) - 3º ENCONTRO










No dia 08 do referido mês, alguns casais participaram de um momento de espiritualidade e encontro com Jesus, filho de Deus pai, no Povoado Ermo. Nesse encontro, a Irmã Aparecida nos ensinou que a Bíblia é o maior tesouro que o "cristão" pode pensar em conquistar e, a sua leitura e interpretação, só podem ser realmente compreendidas, se nos propusermos a entender de verdade o que Jesus quer para nós aqui na terra.
A Irmã Aparecida nos guiou nesse momento de aprendizado e crescimento espiritual numa dinâmica onde o silêncio e a música instrumental, nos levaram ao êxtase e ao encontro individual e coletivo com Jesus.
O Evangelho lido foi o de Lucas 15, 1-3, 11-32 ( A parábola da ovelha perdida). Em seguida, a Irmã Aparecida iniciou conosco o estudo bíblico com fundamento na Lectio Divino - método de estudo utilizado por padres e freiras, desde muito tempo.
Vocês são convidados a meditar junto conosco o Evangelho de Lucas acima citado. Em casa, tente entender o texto bíblico e todas as suas propostas em relação ao pai, ao filho e ao contexto desse texto de acordo com a nossa realidade e sociedade. O que Jesus espera de nós hoje, como filhos pródigos.

domingo, 7 de março de 2010

LACUNAS

Somos pessoas leigas que acreditam numa Igreja solidificada assim como Paulo, que construiu sobre a pedra a sua Igreja. Certamente não somos tão pretenciosos, mas vemos em nossa Igreja um grande vazio. São lacunas deixadas em muretas incompletas, onde os tijolos, se fazem necessários para alicersar a construção.
A nossa Igreja não se resume apenas a uma história de lutas contra uma sociedade hipócrita, mas a uma busca constante de um crescimento voltado a conscientização de uma cristandade mais solta e liberta, onde o principal objetivo é fazer com que pessoas católicas ou não, tenham consciência de seu dever cristão e seja mais um tijolinho a tapar os buracos das nossas muretas incompletas.
Em Romanos 12, 3 Jesus nos fala que não podemos fazer de nós um conceito maior do que fazemos. Precisamos ser modestos na mesma medida de nossa fé. E é isso que pretendemos. Com humildade, buscamos evangelizar, mas somos poucos. A nossa Igreja é imensa e precisa de todo o apoio possível.
O que queremos é pedir que sejam esses tijolos e tapem junto conosco todas as lacunas. A nossa Igreja necessita de servos dispostos a doar-se; dispostos a aceitar de verdade Jesus em sua vida. Pessoas que deixem a nossa mãe Maria Santíssima os cobrir com o seu manto sagrado e que sintam em seus corações, o amor de José que aceitou como seu, o filho de Deus.
Não pedimos nada demais. Queremos apenas trazer de volta "os afastados". Que eles percebam o quanto é grande o nosso amor por eles e que Jesus, os ama ainda mais.
Temos uma Igreja voltada para a evangelização. São muitos os Movimentos, Serviços e Pastorais, mas são poucos os agentes. Que sejamos cristãos conscientes da nossa missão aqui na terra, pois ser cristão, não é só participar da missa, ouvir o padre fazer um sermão no qual, parece estar falando conosco. Isso de nada vale se não estamos prontos a colaborar, a doar-se e orar com o coração. Ser cristão não é ter a bíblia como remédio. É viver os ensinamentos aqui na terra assim, como Jesus viveu. Ser cristão é servir sem esperar nada em troca. É pedir para os outros tudo o que queremos para nós. É viver e esperar com calma a providência divina . É ser justo, honesto e humilde. É não deixar que o dinheiro e a soberba sejam os manuscritos escritos em letra maiúscula na sua bíblia de cabeceira. Ser cristão é acreditar no amor fraterno sem egoísmo, sem ciúme doentio, sem inveja, sem rancor. É acreditar no amor de Deus.
Precisamos tapar todas as nossas lacunas e convidamos vocês, a serem esses tijolinhos tão necessários.
Que Santa Vitória abençõe a todos vocês e lembrem-se: a oração é o escudo que o cristão usa contra as malidicências desse mundo capitalista e profano. Por isso, ore.

quinta-feira, 4 de março de 2010

UM CONTO, UM MILAGRE

Quando acordei, parecia que não era eu que ali estava. Me sentia leve como uma pluma, ou então, estava eu a voar e não sabia. Minha felicidade era evidente, mesmo para mim que não mais me achava digno de fazer parte do mundo real. Não que eu fosse tão ruim. Não! Mas, sentia vergonha da minha condição humana. Não mais andava e isso, para mim, era subsistir no mundo. Depender dos outros para tentar sobreviver, era o mesmo que lembrar que eu já não era mais necessário.
Acordei! Acordei e chorei. Acordei dos meus medos, dos meus anseios, das minhas decepções, do não mais querer viver.
Chorei! Chorei de felicidade. Acordei e olhei para o mundo lá fora e gritei bem alto: DEUS! Eu sou necessário e hoje, quero viver o tempo que o Senhor está me dando. Não suporto os pés no chão, mas o meu corpo sustentará toda a minha vontade renovada de viver intensamente a vida.
Quando acordei, lembrei do meu sonho. Foi um sonho tão real que o meu coração ainda está a palpitar. Sonhei que um homem me pegava pelas mãos e dizia: "Levanta-te e anda. Tu és necessário aqueles que te amam. Tua vida consiste em fazer alguém acreditar que vale a pena viver".
Acordei e compreendi que eu não preciso me envergonhar de ser cadeirante. Eu ainda tenho minhas mãos que podem abraçar e apertar as mãos de outras pessoas que assim como eu, não aceitavam mais viver.
Acordei e entendi a mensagem do meu Deus: Ele me ama e eu, preciso que as pessoas saibam disso para que possam acreditar no "milagre" e voltar a andar, senão com os pés, que façam isso com o coração.
Acordei, e hoje, sou feliz em minha cadeira de rodas porque me amo assim, como eu sou.

DEUS NÃO FAZ PROPAGANDA

O filósofo francês, Voltaire, mesmo se confessando ateu e inimigo da Igreja, não podia deixar de dizer que: “O mundo me perturba e não posso imaginar que este relógio funcione e não tenha tido relojoeiro”… Os latinos chamaram o universo de mundo (= belo, lindo, maravilhoso); os gregos o chamaram de kosmos (= disciplinado, ordenado).

Todos os astros obedecem a rigorosas leis da mecânica celeste, e nenhum deles muda a sua trajetória por própria conta. Alguém já disse que : “Deus não fala, mas tudo fala de Deus.” São Paulo nos lembra na Carta aos Romanos que: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade se tornam visíveis à inteligência por suas obras.” (Rom 1,19)

Você pode chegar a Deus olhando a natureza e olhando para dentro de você. Deus é silencioso e discreto; Ele não faz sua auto propaganda. Ele não coloca placas em cada rosa, em cada pássaro, ou em cada criança, com os dizeres: “Feito por Deus”. Ele não é como os homens. Ele não põe na embalagem das frutas o seu nome, e nem mesmo diz que o Seu produto é o “melhor” do comércio, como todos fazem.

Você nunca viu escrito nas ondas do mar e nem nas estrelas: “Criado por Deus”. O mundo é tão belo, tudo funciona tão automaticamente bem e de forma cientificamente tão perfeita, e silenciosa, que a filosofia moderna tende a eliminar a necessidade de Deus, como se tudo pudesse existir a partir do nada. Chegaram até a falar da “morte de Deus”.

A filosofia da “morte de Deus” desembocou na filosofia do desespero e da morte também do homem. São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mais se aproxima do seu nada.” Há maravilhosas e complicadíssimas reações físico-químicas em todas as criaturas, mas você não vê o Físico-Químico responsável.

Há uma precisão matemática tão grande no movimento dos astros, que até acertamos o nosso relógio por eles, mas você não vê o grande Matemático desta obra. Ele não faz propaganda do seu Nome. Ele nunca aparece para receber os aplausos da platéia… Ele faz o Sol nascer todos os dias, rigorosamente… Ele faz a Lua girar em torno da Terra e refletir a luz do Sol… Ele faz cada Planeta girar em torno do Sol em uma órbita perfeitamente elíptica, com o astro rei no foco da cônica… Ele faz os elétrons girarem em torno do núcleo do átomo, obedecendo aos níveis de energia… Ele faz a terra germinar o grão e nascer a haste; a haste crescer e dar a espiga…

Jovem, você já pensou nisso? A natureza é como que um espelho através do qual se pode ver o “Rosto” de Deus. Ela é como uma “Carta de amor” que Ele escreveu para você. Aprenda a lê-la. É como aquele namorado apaixonado, que querendo demonstrar o seu amor à namorada escreveu o nome dela numa faixa de rua, depois, no muro da sua casa, e enfim, alugou um avião para poder jogar pétalas de rosas sobre a sua casa… Tudo para provar o seu amor!

Deus também faz assim conosco. Mas é preciso abrir os olhos para ver o seu amor. Nós estamos na Terra; um grão de areia no universo. Giramos ao redor do Sol com uma velocidade de 30 km/s ou 108 000 km/h; e o Sol gira ao redor da galáxia a 320 km/s, levando 250 milhões de anos para dar uma volta completa. Parece um sonho, mas é uma realidade, e nós estamos aí.

E é aí, como que no “ventre” do universo, na Terra, que a vida humana surgiu. Não sabemos se há vida em outros lugares; até agora nada há de confirmado pela ciência séria. Alguém disse que quando a vida humana surgiu na terra, “o universo exultou de alegria”. Foram necessários bilhões de anos para que a matéria inanimada chegasse até o homem, conduzida pela mão de Deus.

Os cientistas já sabem que há 300 milhões de anos a vida vegetal e animal já fervilhava sobre a face da terra. Quando o Gênesis narra a criação do mundo, de uma maneira poética mas reveladora, diz que após cada um dos seis dias, “Deus viu que tudo era bom”. (Gen 1, 10-25)

Tudo obedece um plano, uma idéia. Cada um de nós é um milagre da “engenharia” de Deus. Pense no seu cérebro, nas suas mãos, nos seus olhos…; e ainda mais, na sua inteligência, liberdade, vontade, capacidade de amar, sorrir, chorar, cantar, abraçar… Você é um milagre de Deus! O mundo é belo; a vida é bela; nada é absurdo!